segunda-feira, 28 de março de 2011

Tempo de Campanha da Fraternidade- Terra, a sua casa

Leia com calma e reflita. É um belo texto e poderá nos ajudar muito nos encontros com  as crianças. 

 Lembrando, também, de uma fala de Dom Walmor, nosso arcebispo (Arquidiocese de Belo Horizonte):
"precisamos aprender a viver diferente, produzir diferente e consumir diferente" 

Nossa mãe terra, Senhor, 
Geme de dor noite e dia. 
Será de parto essa dor? 
Ou simplesmente agonia?! 
Vai depender só de nós! 

(refrão do Hino da CF2011)


Sou um ser vivo e meu nome é Terra. Sou a casa do Homem. Sempre o acolhi e ofereci de graça, para ele: moradia, oxigênio, água e alimento.Além de minha espetacular beleza...

O tempo passa e não sou honrada. Deus criou-me e abençoou-me. O homem foi formado do meu pó... Bem depois de mim! Deus entregou-me por herança ao homem. Como cuida de sua velha mãe, o homem deveria cuidar melhor de mim.Só tenho recebido abandono, desprezo, desamor e pouca importância.

O petróleo é arrancado de minhas entranhas e isto só me enfraquece. Poços são abertos e incendiados, com intenções vergonhosas e sádicas.

O homem espalhou sobre mim, uma manta negra chamada asfalto. Com ela, não consigo transpirar como outrora. Sinto-me sufocada, febril e doente. Este cobertor de asfalto tem me dado muito calor. Não consigo tirá-lo, para refrescar-me.

Arrancaram minhas vestes e me desnudaram. Minhas matas e florestas estão sendo destruídas, adulteradas e saqueadas.

A assolação estendeu-se sobre meu corpo. Lançaram fogo sobre minhas vestes...Poucos correm para socorrer-me. Muitos estão cegos e insensíveis. Observam-me agonizando, enquanto contam seus lucros insaciáveis.

Estou sendo vergonhosamente atacada e dizimada, pela implacável crueldade humana. Antes, minha chuva molhava as plantações.Agora a chuva ácida, é provocada pelo homem, exterminando minhas vegetações.

Hidrelétricas possantes são construídas. Mas, a fauna, flora e rios, são sacrificados...As águas dos rios e dos mares,formam o meu sangue.

A camada de ozônio, minha proteção natural a teu favor, foi violentamente agredida.

Asfixiam-me com detritos e gases (monóxido de carbono). (Pequenos atos de educação, não jogando papel no chão, ou lixo nos córregos, já me ajudariam).

A poluição desenfreada, me contamina e me envenena, lentamente. Muitos seres estão pagando, com a própria vida. O homem pensa muito, em si mesmo.

Sinto-me sozinha e indefesa. Bombas atômicas são explodidas impiedosamente. Testes nucleares são constantemente realizados sobre mim. Mísseis e outros artesanatos nocivos são desenvolvidos, com a intenção de matar.

Minha superfície e biosfera, estão desequilibradas. Já não sou a mesma jovem do passado, sinto-me fraca.Não consigo mais controlar minhas reações.As vezes tenho tremores e sinto calores intensos, que não consigo esconder.

Degelo, aquecimento global e enchentes, são alguns sinais das enfermidades, que lançaram sobre mim.

Percebo que o homem realmente, não gosta de mim... É insensível aos meus tremores. Não ouve os meus gemidos e soluços. Mas, preciso gritar bem alto

O homem não está percebendo minhas lágrimas... Minha voz está presente em meus sinais silenciosos...

Sou uma das pequenas engrenagens do Universo. Observo inúmeros objetos lançados pelo homem, formando ao meu redor, o lixo espacial. Depois não reclamem, não exijam nada de mim...

O homem acendeu uma bomba relógio contra si. "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." (Gálatas 6 : 7)

Existem muitas bandeiras, que devem ser respeitadas, não é? Existem muitas leis... E eu (a Terra), que te alimento e te carrego no colo, de dia e de noite...Tenho algum direito?

Ouça meus últimos gritos:..Socorro! Ajuda-me!...Ainda dá tempo... Não me deixe ficar estéril.Tenho um compromisso contigo....Mesmo ferida....Preciso produzir grãos e alimentos. Para que possas viver! Esta é a tarefa que recebi de Deus: Cuidar de Você! Com proteção e Amor!

Assinado: TERRA, SUA CASA

(Texto de Waldimir Diniras Martins)

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